Qualificar o 3.º Sector

C3 + D3 = Q3!

Existe um conjunto de problemas ligados à gestão e ao funcionamento interno das organizações do 3.º Sector, que reduz a sua eficiência e a prestação de serviços de qualidade. Esta situação, a curto prazo, pode colocar em causa a sobrevivência de muitas destas organizações, pois algumas das suas vantagens comparativas actuais poderão deixar de ser relevantes num contexto de maior competitividade. O facto de muitas delas funcionarem em mercados onde a concorrência ainda é baixa, pode explicar a menor prioridade que tem sido atribuída à melhoria do seu funcionamento e dos produtos e serviços que oferecem.

As organizações do 3º Sector, ou da Economia Social, estão simultaneamente obrigadas a responder a novas necessidades, a optimizar os custos, a reforçar os seus fundos próprios e a adaptar a organização e a sua dimensão. A estas organizações colocam-se, assim, desafios sérios a que terão de dar resposta.

Tratar de um sector com elevada importância ao nível sócio-económico e do emprego (segundo um estudo recente representa 4,2% do emprego), mas cujas organizações apresentam problemas de vária ordem, nomeadamente de gestão, para os quais é necessário encontrar respostas adaptadas à especificidade das organizações e dos problemas com que se deparam.

A existência de problemas diversos, alguns exclusivos e típicos das ADL - Associações de Desenvolvimento Local, outros genéricos da Economia Social, foi uma das hipótese de partida do Projecto C3 Consultoria para o 3º Sector apoiado pela Iniciativa Comunitária EQUAL, entre 2002 e 2006. Esta hipótese foi comprovada aquando do diagnóstico organizacional e os inúmeros problemas então identificados foram agregados em sete grandes categorias: Liderança; Gestão de Recursos Humanos; Gestão Financeira; Financiamento das Organizações; Ausência de Plano Estratégico; Comunicação Interna e Externa; Equipamentos e Instalações.

Modelo de Intervenção C3

O principal resultado deste projecto é o Modelo de Intervenção C3, que na prática é uma adaptação, de uma metodologia de intervenção realizada em empresas em contexto de formação - acção. Esta adaptação foi realizada e, experimentada, tendo resultado um modelo de intervenção baseado em actividades de consultoria e formação à medida, cuja mais valia é promover a melhoria das organizações e das pessoas que nelas colaboram, ao nível da gestão e do funcionamento interno, através de processos que motivam para a mudança, a inovação, a criatividade e a aprendizagem contínua. O Modelo de Intervenção C3, assenta em dois princípios básicos:

Primeiro é a participação de todos os membros da organização destinatária - dirigentes e colaboradores, em conjunto com os consultores e formadores, em todas as fases e respectivas actividades da intervenção, através da promoção de reuniões, entrevistas, encontros contactos e sessões colectivas;

Segundo é a sustentação da intervenção em dados e informações fornecidas pelas pessoas, possibilitando estabelecer uma relação entre pontos de partida - problemas identificados na organização - situações desejadas - objectivos a atingir e resultados obtidos, mensuráveis em termos de impactos e verificáveis a partir de indicadores previamente definidos.

Em suma a intervenção em organizações da economia social de acordo com este modelo procura soluções adaptadas e criativas, deixando no final, competências e ferramentas que permitem continuar os processos de aprendizagem e de melhoria contínua.

D3 Digitalizar o Terceiro Sector

Outro contributo para a compreensão e identificação de necessidades de melhoria na Economia Social foi dado pelo Projecto D3 Digitalizar o 3º Sector, também apoiado pela EQUAL desde 2004. Este projecto destinava-se especificamente a melhorar o desempenho das entidades da Economia Social através do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). O projecto pode constatar que o uso das TIC na Economia Social é muito diverso. Existem, por um lado, organizações aptas a utilizar as TIC, que enquadram técnicos com formação superior já com familiaridade e competências adquiridas na exploração das TIC, nomeadamente, em funções técnicas especializadas ou no contacto com as suas redes profissionais. Por outro lado, existem também muitas organizações com uma quase total incapacidade de exploração das TIC.

Neste âmbito e como resultado do projecto foi criado o Manual D3 Soluções Digitais de Marketing e Gestão para Organizações sem Fins Lucrativos, que respondem a alguns problemas de organizações do 3º Sector.

Complementarmente à identificação dos grandes problemas organizacionais do 3.º Sector e ao desenvolvimento de metodologias e ferramentas que possam ser usadas para os resolver, a parceria de entidades responsável por estes projectos lançou a proposta de criação, no âmbito do QREN, de um programa de apoio à qualificação do 3º Sector. No último trimestre de 2006, esta proposta foi apresentada a um vasto espectro de actores que poderiam influenciar o desenho das políticas públicas, desde decisores políticos a potenciais beneficiários. No mesmo período, a parceria recolheu meia centena de manifestações de interesse de organizações da Economia Social, que reconheceram o interesse na existência de um programa de qualificação da Economia Social e a necessidade das suas próprias organizações poderem beneficiar de intervenções desse tipo.

Q3 - Qualificar o Terceiro Sector

A formulação da tipologia 3.1.2 Programa de Formação - Acção para Entidades da Economia Social do POPH - Programa Operacional Potencial Humano é, na sua formulação, uma resposta a esta preocupação e necessidade.

Esta parceria, através de um conjunto de candidaturas promovidas pela entidades que respondem aos requisitos do regulamento desta tipologia do POPH, nomeadamente serem entidade de âmbito nacional representativas da Economia Social ira finalmente por em prática um projecto de qualificação do 3º Sector, dando resposta a um conjunto crescente de manifestações de interesse de entidades que pretendem em beneficiar de uma intervenção de melhoria e qualificação organizacional, do tipo da que propomos.

A MINHA TERRA, a FENACERCI e a Confederação Portuguesa de Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto formalizaram, segundo este modelo de intervenção, diversas candidaturas às quatro regiões do continente onde esta tipologia do POPH está em vigor (Norte, Centro, Alentejo e Algarve) em estreita articulação com as outras entidades da parceria, potenciando as suas competências específicas numa perspectiva de complementaridade.

São projectos que têm por objectivo melhorar a qualidade e a eficácia da gestão das instituições do 3º Sector através de acções de consultoria e formação, actuando sobre: as formas de organização e gestão; a cadeia de valor dos serviços; a integração das TIC; a melhoria de processos tendentes à certificação de qualidade; o desenvolvimento de competências internas: a formação e desenvolvimento para os dirigentes e formação específica para os colaboradores; os modelos de cooperação inter-institucional.

O conjunto destes projectos, uma vez aprovados, constituir-se-á como o Projecto «Q3 - Qualificar o 3º Sector» e pretende ser a generalização das práticas, metodologias e soluções desenvolvidas e testadas com carácter experimental nos projectos C3 e D3 apoiados pela EQUAL. E por isso C3 + D3 = Q3!

AEP - Associação Empresarial de Portugal

Associação IN LOCO

CPCCRD - Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto

FENACERCI - Federação das Cooperativas de Solidariedade Social

IEBA - Centro de Iniciativas Empresariais Beira Aguieira

IPN - Instituto Pedro Nunes

MINHA TERRA - Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local

UTAD - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

 

(Texto publicado em Pessoas e Lugares - Jornal de Animação da Rede Portuguesa LEADER+ n.º 51 / 2008 com o tema de destaque Competências e Desenvolvimento)


Terra Viva 2019


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A 3.ª edição do programa Terra Viva da Antena da TSF deu voz e ouvidos a 54 promotores e promotoras de projetos, beneficiários da Medida LEADER do PDR2020 através dos Grupos de Ação Local do Continente, entre os dias 3 de junho e 9 de julho de 2019.

ELARD

 

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A ELARD, constituída por redes nacionais de desenvolvimento rural, congrega Grupos de Ação Local gestores do LEADER/DLBC de 26 países europeus. A MINHA TERRA foi presidente da ELARD no biénio 2018-2019.

54 Projetos LEADER 2014-2020

 
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Repertório de projetos relevantes e replicáveis apoiados no âmbito da Medida 10 LEADER do Programa de Desenvolvimento Rural 2020 elaborado pela Federação Minha Terra.

Cooperação LEADER


Edição da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural e Federação Minha Terra, publicada no âmbito do projeto “Territórios em Rede II”, com o apoio do Programa para a Rede Rural Nacional.





[ETAPA RACIONAL ER4WST V:MINHATERRA.PT.5]