Newsletter 2011-03-17 [Nº 7]


Workshop «Produtos locais e comercialização»

“Produzir todos sabemos; comercializar o que produzimos é mais difícil”. A frase, de uma produtora PROVE, é ilustrativa. Redes de escoamento e comercialização, a par de aspectos associados ao licenciamento das unidades de produção e transformação, constituem (ainda) os maiores constrangimentos associados aos produtos locais.

A pertinência da temática, de grande importância no âmbito da cooperação LEADER, está na origem deste workshop, numa organização conjunta da MINHA TERRA e Rede Rural Nacional que contempla mais três workshops temáticos a realizar em maio e junho próximos, com o objetivo de contribuir para um contexto favorável ao estabelecimento de projetos no âmbito da cooperação LEADER.

     

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Se, hoje, não existem quaisquer dúvidas sobre a importância socioeconómica dos produtos locais, cujas particularidades diferenciadoras aportam um valor acrescentado que os consumidores estão dispostos a pagar - como deixou bem claro o Prof. Luís Tibério, da UTAD, na sua conferência, não é menos certo que ainda falta articulação, mais trabalho em rede e em cooperação.

O desafio está nas mãos de quem produz mas também de quem intervém nos territórios. Um desafio que os GAL (Grupos de Ação Local) têm vindo a assumir nos seus territórios de intervenção, no âmbito da Abordagem LEADER, nomeadamente ao nível da cooperação.

Hoje, inúmeros projetos comprovam esta estratégia. Portugal Rural e PROVE foram os exemplos de projetos de cooperação de sucesso apresentados neste workshop, que também serviu para fazer o ponto de situação ao nível da Medida 3.4 do PRODER consagrada à Cooperação LEADER para o Desenvolvimento.

Rui Rafael, do PRODER, apresentou um ponto de situação dos projetos aprovados e em análise, que demonstra uma forte procura de apoio para iniciativas de carácter transnacional. A medida de cooperação LEADER no PRODER voltará a ter concursos abertos em abril de 2011.

Na Região Autónoma da Madeira, a aprovação da marca “Produto Madeira”, no próprio dia da realização deste workshop, veio bem a propósito do tema. Segundo António Trindade, da Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, este “selo de certificação” dos produtos regionais, vem facilitar a vida dos consumidores e produtores, oferecendo ao mesmo tempo uma garantia de proveniência dos produtos produzidos na região.

Hoje, não basta satisfazer os padrões standards de qualidade; é preciso garantir a qualidade, reforçar o emblemático sistema das denominações de origem (DOP) e das indicações geográficas (IGP), e aperfeiçoar o sistema de especialidades tradicionais garantidas (ETG). Relacionado com o produto e o modo como é produzido, a qualidade é uma questão fundamental a nível europeu, no âmbito da nova regulamentação que estabelece, pela primeira vez, uma política integrada ao nível dos sistemas de certificação e das menções que realçam as qualidades dos produtos agrícolas e nas normas aplicáveis aos mesmos.

O “Pacote Qualidade”, adotado pela Comissão Europeia, em 2010, visando conferir coerência e clareza aos sistemas da UE, constitui a primeira etapa de revisão da política de qualidade dos produtos agrícolas e abre caminho a uma política mais coerente nesta matéria. Um quadro com instrumentos mais simples, mais transparentes e mais fáceis de entender pelo consumidor, adaptáveis à inovação, menos onerosos para os produtores e as administrações, é o que se pretende no futuro, como explicou Cristina Hagatong, do GPP/MADRP, na sua intervenção em Lamego.

Falar de estratégias de desenvolvimento e comercialização dos produtos locais e adequar os produtos às tendências de mercado e oportunidades emergentes é cada vez mais uma tarefa a vários pares de mãos. Os exemplos e os testemunhos, assim como as necessidades dos GAL na implementação de projetos de cooperação neste domínio, põem em evidência a indispensabilidade da continuidade de trabalho em rede e em parceria. Prosseguir e consolidar este caminho, apostando qualidade, competitividade e inovação, através de parcerias produção-comercialização, é ao que se propõem os GAL presentes do workshop que contou com a presença de 42 participantes.

  

O Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, divulga o posicionamento das autoridades portuguesas relativamente ao processo de negociação em curso sobre o Futuro da PAC Pós-2013.


  

“Estruturalmente estamos melhor, não sabemos se o produto é melhor e mais rentável”. As palavras do Prof. Pedro Louro, do ISA, referindo-se ao “interface” existente entre a atividade artesanal e a indústria, abriram o workshop promovido pela ADRUSE, no âmbito do projeto Portugal Rural, a 4 de março, em Seia.


  

No âmbito do 2º Concurso ao Subprograma 3 do PRODER, a ADICES recebeu 61 Pedidos de Apoio, num investimento total previsto de 11 milhões de euros e 99 postos de trabalho.


  

Nove GAL do Continente têm atualmente candidaturas abertas ao Subprograma 3 do PRODER - Dinamização das Zonas Rurais. Também os GAL da Madeira e dos Açores têm candidaturas abertas ao PRODERAM e PRORURAL, respectivamente.


O Conselho de Ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia , reunido em Bruxelas a 17 de março, apresenta as conclusões da presidência sobre a Comunicação da Comissão - A PAC no horizonte 2020: Alimentação, recursos naturais e territoriais.