2023-04-26
Em 32 anos a ADICES, enquanto Grupo de Ação Local, promoveu e apoiou financeiramente diversas iniciativas locais, canalizando para o seu território mais de 44 milhões de euros, dos quais cerca de 28 milhões representaram ajudas públicas a fundo perdido:
- 634 projectos apoiados em diversas áreas
- 44 366 119,80€ de investimento total
- 28 249 406,89€ de comparticipação a fundo perdido
A ADICES organizou no passado dia 18 de abril um seminário de celebração do seu 32.º aniversário e, simultaneamente, de apresentação dos primeiros resultados da construção da sua estratégia de desenvolvimento local 23/30.
Um evento que começou, e acabou com a participação de dois projectos culturais de referência do território. O Conservatório de Música e Artes do Dão com o “Ensemble de Percussão” e o Trigo Limpo teatro ACERT com “20 Dizer”. Dois projectos que afirmam a cultura como ferramenta essencial de desenvolvimento da região.
O seminário teve uma intervenção inicial de Ricardo Pardal, presidente da ADICES e do município de Mortágua, que elencou a história da associação e os seus impactos no território, de onde se ressalva o número de projectos e os montantes de financiamento canalizados para o território.
De seguida Raul Marques, em representação da equipa Gabinete Oliveira das Neves, apresentou o resultado da metodologia de trabalho dinamizada, nos cinco concelhos da área de intervenção que resultou em sessões temáticas, Inquéritos a promotores e parceiros numa metodologia participativa de recolha de contributo para uma estratégia comum ao território, visando a construção de uma Estratégia de Desenvolvimento Local (EDL) e que em síntese deixaram para o seminário os seguintes desafios:
- Focagem nas prioridades de intervenção reforçando as âncoras do território;
- Contributos-chave para as prioridades das políticas de desenvolvimento rural e da agenda do território 2030;
- Fortalecimento das parcerias do território.
No primeiro painel, os “actores públicos e os territórios” com a participação do Presidente de Câmara de Vouzela, Rui Ladeira, do Director Regional de Agricultura do Centro, Fernando Martins e moderado por António Oliveira das Neves foram focadas as dificuldades, mas também oportunidades ao dispor do território.
Rui Ladeira enfatizou a importância do papel dos Grupos de Acção Local (GAL), e da sua capacidade pela proximidade de trazerem para os territórios capilaridade na implementação de projectos, fazendo uso das metodologias que o programa LEADER desde sempre implementou. Deu também destaque ao facto do PEPAC para este período de programação no Desenvolvimento Local de Base Comunitária (DLBC) ter passado a uma lógica de monofundo (FEADER) perdendo os restantes fundos (FEDER e FSE) o que resulta numa fragilidade na sua capacidade de intervenção. Chamou ainda a atenção para o desperdício que significa este desinvestimento no capital de conhecimento das Associações de Desenvolvimento Local (ADL) tem construído ao longo de mais de três décadas. Fernando Martins focou a importância da utilização dos diferentes instrumentos ao dispor do território, a necessidade de estarmos atentos às disposições europeias, às alterações às diferentes normas e aos impactos que terão nos nossos territórios. Foi também amplamente debatida, com a plateia, a carta de perigosidade de incêndios e os constrangimentos que tal instrumento significa em territórios como os nossos.
Da parte da tarde um painel com a Federação Minha Terra e a ANIMAR duas redes de associações de desenvolvimento local e ainda da In Loco e da ADRIMAG associações com intervenção respetivamente, no Algarve e na zona de Arouca, S. Pedro do Sul, Oliveira do Bairro, Sever do Vouga e Castro Daire. Este debate foi moderado por Regina Pinto, actual coordenadora da Coimbra Mais Futuro, que foi coordenadora da ADICES cerca de 25 anos. Neste debate foram enfatizadas as dificuldades que estas organizações atravessam a cada ciclo de programação de fundos comunitários, pelo facto de estarem sempre sujeitas, apesar do seu trabalho continuado de mais de 30 anos, a passar por processos de qualificação enquanto entidades credíveis para fazer, aquilo que sempre fizerem.
O capital de trabalho destas organizações foi bem enfatizado por estes convidados que referiram ainda os problemas associados à perspectiva que as políticas publicas têm dos processos de desenvolvimento como se fossem processos administrativos e não processos co-construídos pela comunidade, para a comunidade dar resposta às necessidades que a própria comunidade identifica.
Os processos em que construímos com, e não para, são a génese do trabalho destas organizações.
Por fim, foi feita a apresentação da recolha do projecto da Carta Gastronómica da ADICES.
Olga Cavaleiro, coordenadora do projecto, apresentou aquilo que disse ser, a Geografia da alimentação no território da ADICES, tendo como pontos de partida a Serra do Caramulo e as bacias de água da Barragem da Aguieira e da Pateira.
Um trabalho de recolha a partir de cerca de 200 entrevistas feitas em todas as 48 freguesias do território da ADICES e que revelam um património inigualável de riqueza de conhecimento associados à alimentação e aos produtos do território.
Uma recolha de estórias, tendo como mote a gastronomia, mas sendo muito mais do que um livro de receitas.
Uma recolha que permite, para no futuro alavancar um conjunto vasto de projectos que vão desde a produção agrícola, à comercialização, à ocupação e transformação de uso de solos, à soberania alimentar e qualidade de vida, em suma à afirmação de uma identidade regional forte e consolidada.
Esta carta será publica em junho deste ano.
Em suma:
Um dia de reflexão sobre os desafios do Desenvolvimento Local, construindo com o território as soluções em que todos os que o integram se sintam parte da solução.
Um território em que sejamos todos, capazes de afirmar:
Sabemos que não vamos mudar o mundo amanhã, mas dêem-nos tempo que chegamos lá!
Terra Viva 2019A 3.ª edição do programa Terra Viva da Antena da TSF deu voz e ouvidos a 54 promotores e promotoras de projetos, beneficiários da Medida LEADER do PDR2020 através dos Grupos de Ação Local do Continente, entre os dias 3 de junho e 9 de julho de 2019. |
ELARD
A ELARD, constituída por redes nacionais de desenvolvimento rural, congrega Grupos de Ação Local gestores do LEADER/DLBC de 26 países europeus. A MINHA TERRA foi presidente da ELARD no biénio 2018-2019. |
54 Projetos LEADER 2014-2020 Repertório de projetos relevantes e replicáveis apoiados no âmbito da Medida 10 LEADER do Programa de Desenvolvimento Rural 2020 elaborado pela Federação Minha Terra. |
Cooperação LEADEREdição da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural e Federação Minha Terra, publicada no âmbito do projeto “Territórios em Rede II”, com o apoio do Programa para a Rede Rural Nacional. |
Agenda |
Oficina virtual "Paisagens Alimentares, Turismo e Coesão Territorial" |
2023-06-12, Evento online |
Municípios do Vale do Lima recebem Festival do Loureiro |
2023-06-14 a 2023-06-17, Concelhos do Vale do Lima |
26.º Seminário Europeu sobre Extensão Educativa |
2023-07-10 a 2023-07-13, Toulouse, França |
O livro “Receitas e Sabores dos Territórios Rurais”, editado pela Federação Minha Terra, compila e ilustra 245 receitas da gastronomia local de 40 territórios rurais, do Entre Douro e Minho ao Algarve.
[ETAPA RACIONAL ER4WST V:MINHATERRA.PT.5]